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sábado, 31 de janeiro de 2015

Mais de 3 mil casas do Programa da Reconstrução em AL foram invadidas Outras 1,3 mil estão com obras inacabadas. Mais de 70 mil famílias vítimas das enchentes vivem de forma improvisada.

Mais de 3 mil casas do Programa da Reconstrução em AL foram invadidas

Outras 1,3 mil estão com obras inacabadas.
Mais de 70 mil famílias vítimas das enchentes vivem de forma improvisada.


Após cinco anos da enchente que destruiu 28 municípios em Alagoas, parte dos 70 mil desabrigados ainda não têm onde morar e vivem de forma improvisada. Com a demora na entrega das casas do Programa da Reconstrução, mais de 3 mil casas que seriam destinadas aos desabrigados foram invadidas e outras 1,3 mil ainda não foram concluídas, segundo informações do governo do Estado.


Em Atalaia , no residencial destinado às vítimas das enchentes há mais de 500 casas, a maioria semipronta. Uma delas é onde a dona de casa Maria Geane da Silva mora com outras 7 pessoas. No local, que não tem abastecimento, o banho é improvisado com uma água que possui cor escura e cheiro forte. “Depois de tomar banho não há como se sentir limpo porque a água parece que vem de uma poça de lama”, conta o cortador de cana Reginaldo dos Santos.
Na casa da lavadeira Maria das Graças tem até a caixa d'água, mas para enchê-la só comprando água.
“Meu prejuízo é de R$ 100 por mês só pra encher a caixa. Aí tem o garrafão de água mineral, que eu gasto 4 por semana. No total fica por mês uns R$ 118”, revela.

Em outro residencial em Joaquim Gomes, que foi invadido, famílias seguem até o rio Camaragibe para buscar água que serve para as necessidades do lar. Água que é a mesma usada para lavar veículos e os animais. O local também não possui energia elétrica e nem chave nas portas, que são fechadas por correntes.

“O medo é chegar o despejo aqui pra tirar a gente porque só podemos comprovar que somos donos se tivermos o documento na mão”, teme o desempregado José Barbosa de Lima. Com orçamento também limitado, o cortador de cana José Carlos da Silva diz que invadiu um dos imóveis por necessidade. “Essas casas estavam todas desocupadas e não terminaram a obra. Aí eu tive que vir pra cá pro rendimento ficar melhor para família”, revela.

Monitoramento
Diante da situação dos residenciais do Programa da Reconstrução, a procuradora da República, Roberta Amorim, cobra celeridade na conclusão das obras e entrega regular dos imóveis. Ela disse que cada município tem razões diferentes para o atraso nas obras, mas que a procuradoria tem tentado solucionar com cada um dos gestores separadamente. “Estamos acompanhando de perto para que os imóveis sejam concluídos e entregues. Além disso, nos casos de evidências de fraudes estamos ajuizando ações para punir os responsáveis”, expôs.

A Secretaria de Infraestrutura do Estado disse que, ao contrário do que foi mostrado na reportagem da TV Gazeta, a reintegração de posse das casas em Joaquim Gomes foi realizada. Na ocasião, a Secretaria também afirmou que está sendo feito o levantamento dos danos para recuperar as casas e entregá-las aos desabrigados cadastrados.

Em Atalaia, gestores da Secretaria disseram que, esta semana, um contrato de recuperação das unidades invadidas foi assinado. Já sobre São Luís do Quitunde, a informação é de que casas não foram invadidas e sim entregues, com sistema de abastecimento de água e energia elétrica funcionando. Além disso, a Secretaria expôs que vai procurar a Casal e solicitar que a Caixa Econômica verifique o que aconteceu junto a Eletrobras.

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